Indicadores preliminares para o ano de 2021 apontam taxa de homicídios abaixo de 20/100 mil pela primeira vez em trinta anos.
Fabricio Rebelo
Como ocorre todos os anos, o DataSUS (banco de dados oficial do Ministério da Saúde) disponibilizou há poucos dias os indicadores preliminares para o ano de 2021. Trata-se, como já enfatizado em diversas outras abordagens, da totalização dos dados relativos às ocorrências letais registradas no país para o aludido ano, em versão sujeita a pequenos ajustes em relação aos indicadores definitivos, divulgados 15 (quinze) meses após o ano de referência. Mais uma vez, os números trazem informações positivas em relação à criminalidade letal no Brasil.
De acordo com os registros consignados na compilação, foram contabilizados no país, em 2021, 42.391 homicídios (óbitos por "agressões", no rótulo do banco de dados). É o menor número absoluto desde 1998, quando os registros somaram 41.950. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes, por seu turno, ficou em 19,87, a menor em 30 anos, eis que a última vez em que o indicador permanecera abaixo de 20/100 mil havia sido em 1992 (vide tabela a seguir).
A queda se estabeleceu de modo bastante difuso pelo país, com redução em 20 das 27 Unidades Federativas. Apenas nos estados de Mato Grosso do Sul (8,29%), Bahia (0,19%), Piauí (11,77%), Amazonas (34,29%), Amapá (30,62%), Rondônia (13,29%) e Roraima (2,03%) as taxas de homicídio aumentaram em relação ao ano anterior. Regionalmente, apenas o saldo da Região Norte foi de alta (6,49%).
O Estado de São Paulo continua sendo o com menor taxa de homicídios (6,33/100mil), seguido por Santa Catarina (9,16/100mil). Na outra extremidade, o Amapá se firmou como estado com a maior taxa de crimes letais (48,20/100mil), seguido pela Bahia (42,52/100mil). É também da Bahia, mais uma vez, a maior marca em número absoluto de homicídios, com 6.371, quase o dobro do segundo colocado (Pernambuco, com 3.356).